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quinta-feira, 17 de maio de 2012

SÉRIE C: A importância da torcida coral


Para chegar na Série B, não basta ter apenas uma equipe de qualidade, um grupo unido e um planejamento bem traçado. É importante também contar com uma torcida participativa que compareça e incite os jogadores a jogar com raça, esse sim um dos principais requisitos a quem queira subir de divisão. Por isso, a torcida do Santa Cruz deve se comportar como motor propulsor do time e elemento intimidante aos adversários. É chegado o momento de recolocar o clube no seu caminho natural, o das vitórias.

Arruda entupido de gente no tri supercampeonato, em 1983
Ao longo de 98 anos de história, não foram poucos os feitos dos torcedores corais. A força dessa paixão é algo imensurável, às vezes, desconhecida, impossível de ser descrita. Seu apoio é capaz de modificar o resultado de uma partida. Sua fama é conhecida e admirada pelo Brasil inteiro. A “poeira” fazia o Recife tremer com os característicos tamancos nas mãos, nos anos 1970. O povão, gente humilde e fiel nos momentos mais difíceis, apesar dos percalços da vida, é o grande craque dessa equipe. É com o grito desses apaixonados por um time de futebol que será possível o aguardado acesso à Série B (e posteriormente à Série A).

Corais empolgavam com o barulho dos tamancos presos às mãos, na década de 70 
Algumas torcidas de características parecidas com a do Santa Cruz têm dado o exemplo nos últimos anos. Na Série C de 2006, a média de torcedores do Bahia foi de 23.615 pessoas por partida, mas o tricolor baiano terminou na sexta colocação e não conseguiu o acesso. Em 2007, entretanto, esse número cresceu para incríveis 40.410 torcedores por jogo. Com esse forte apoio, o Bahia subiu para a Série B e, de quebra, teve a maior média de público entre todas as divisões, superando os 39.221 do Flamengo na Série A. Sozinho, o esquadrão de aço respondeu por 40% de todo o público e da renda bruta da Terceira Divisão. Em seu último jogo em casa, que culminou com o acesso do clube, 60.000 pessoas compareceram a Fonte Nova, em Salvador.
Outro exemplo marcante veio da torcida do Remo. Os paraenses foram rebaixados para a Série C em 2007 ao lado do Mais Querido, mas esse campeonato não é mais um “terreno” desconhecido dos remistas. Em 2005, o Clube do Remo se sagrou campeão da Terceirona com uma média 30.869 torcedores. O maior público registrado alcançou o número de 42.086, contra o inexpressivo Tocantinopólis/TO. A torcida ganhou destaque na imprensa nacional, que exaltou a participação dos paraenses.

Colorido contagiante na sociais, na década de 70
No próprio Santa Cruz não faltam demonstrações de amor e fidelidade ao clube das três cores. Na Série B de 99, a média de público ultrapassou a casa dos 22 mil. Mas seria injusto resumir o envolvimento dos tricolores nesse campeonato apenas com números. Time e torcida mantiveram ótima sintonia ao longo da competição, apesar da irregularidade da equipe. Resultado: mesmo com um elenco “apenas” esforçado, mas com uma torcida extremamente apaixonada, o Santa conseguiu subir à Série A. Um ano antes, mais de 50 mil pessoas foram fundamentais para que o Mais Querido vencesse o Volta Redonda (3x2) e escapasse da Série C.

Torcida lota arquibancadas do Mundão em 2005
Assim como em 98, o torcedor pode ser decisivo para que a cobra-coral, dessa vez, saia da Série C. Por isso, tricolor, não deixe de participar desse momento difícil, mas importante, na história do Santa Cruz. A força dessa paixão é bem maior do que se pode pensar.
“Quando o Santa vence, aquela turma de estivadores e conferentes trabalha com mais entusiasmo. Quase todos torcem para o Santa e uma vitória faz aumentar sensivelmente a venda de cachaça e cerveja nos bares da orla marítima.” - Relato do jornalista Eunício Campelo, em 1977, que cobria as atividades portuárias para o Jornal do Commercio.

FONTE: Arquivo CoralNET

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