
Há muito tempo, a palavra “sufoco” faz parte da rotina do Santa Cruz. Mesmo quando tudo parece controlado, como a partida deste sábado, o time insiste em dificultar a situação. Mas a alcunha “time de guerreiro” não surgiu por acaso. Junto com a torcida, o time venceu o vice-líder Luverdense por 2 a 1, com dois gols do artilheiro Dênis Marques (sempre ele!), e subiu para a terceira colocação do grupo A. O domingo está reservado à festa e “secação”. Hora de torcer contra Icasa e Paysandu para se manter no G4.
O primeiro susto da partida não surgiu com lance de gol. Ao travar uma disputa de cabeça com Fio, o zagueiro coral Vágner caiu desacordado em campo e deixou o estádio de ambulância. Lúcido, porém tonto. Com um exótico moicano, César entrou em ação e finalmente fez a estreia com a camisa tricolor. Só aos 11 minutos, o jogo teve um chute a gol. Willian Alves defendeu o arremate de Dênis Marques. Quatro minutos depois, entretanto, o atacante acertou a mira. Cruzamento certeiro de Tiago Costa, cabeceio por cobertura do Predador: 1 a 0. Décimo gol de Dênis Marques, artilheiro da Série C.
Em busca do empate, o Luverdense partiu para o "abafa". Aos 25, o árbitro marcou falta a um passo da área tricolor. O time matogrossense reclamou de pênalti. Na cobrança, Rubinho exigiu grande defesa de Tiago Cardoso. Aos 36, foi a vez do Santa Cruz se queixar de uma penalidade não assinalada sobre Dênis Marques. Instantes depois, por pouco o Predador não marcou um golaço. Após fazer "fila", carimbou o travessão. Aos 40, Memo perdeu um dos gols mais feitos do campeonato. Livre, com a barra escancarada, chutou em cima do goleiro.
Etapa final
O segundo tempo trouxe um panorama totalmente diferente. O Santa Cruz voltou apático a campo. Facilmente dominado e muitas vezes displicente, como um toque desnecessário e errado de Sandro Manoel, o time sofreu pressão. Por duas vezes, o meia Rafael Tavares fez Tiago Cardoso operar milagre e relembrar os tempos de auge do "Paredão". O Tricolor respondeu com um arremate colocado de Renatinho, após passe de Tiago Costa, um dos melhores do confronto.

Foi quando o drama entrou em cena. Primeiro, com Gilson, acertando a trave da meta coral. Aos 44, Valdir Papel, de cabeça, livre de marcação após cruzamento de Raul Prata, silenciou o Arruda: 1 a 1. Daí, sucedeu-se o desespero. Fabrício Ceará entrou no lugar de Sandro Manoel e, prontamente, também acertou a trave. Aos 47 (sim, 47!), Fabrício tocou, Weslley cruzou, Dênis Marques foi puxado. Pênalti. O estádio voltou a explodir de alegria. Ainda comedida. Só quando o Predador bateu e marcou o 11º gol nesta Série C, veio a festa definitiva. Fim de jogo. Haja coração!
FICHA TÉCNICA
Santa Cruz
Tiago Cardoso; Marcos Pimentel, Vágner (César), Édson Borges e Tiago Costa; Sandro Manoel (Fabrício Ceará), Chicão, Luciano Henrique (Weslley), Renatinho e Leozinho; Dênis Marques.Técnico: Sandro Barbosa (interino)
Luverdense
Willian Alves; Régis, Tiago Garça, Dão (Zé Roberto) e Raul Prata; Júlio Terceiro (Dê), Rafael Tavares, Gilson e Rubinho; Valdir Papel e Fio (Rodrigo Fusca). Técnico: Dado Cavalcanti
Local: Estádio do Arruda (Recife). Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ). Assistentes:Lilian da Silva Fernandes (RJ) e Pedro Santos do Araújo (AL). Gols: Dênis Marques (2) (S); Valdir Papel (L). Cartões vermelhos: Leozinho (S); Régis, Gilson (L). Cartões amarelos: Luciano Henrique, Tiago Costa, Sandro Manoel, César (S); Rafael Tavares, Valdir Papel, Willian Alves, Júlio Terceiro, Rodrigo Fusca, Dão, Zé Roberto (L). Público: 23.828. Renda: 318.250,00
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