Duas Copas do Brasil, uma Série B e dois estaduais (Pernambucano e Paulista). Este pode ser o currículo de um jogador que é titular absoluto e ídolo da torcida do Santa Cruz, certo? Não é bem assim que Diogo, lateral-direito do Tricolor, e a própria torcida coral encaram a situação deste sergipano, de 27 anos, no Mais Querido.
Tudo aconteceu muito rápido para Diogo. Recém chegado do Porto de Caruaru, foi acionado na lateral-direita do Sport para o jogo que iria mudar sua carreira. A final da Copa do Brasil 2008, contra o Corinthians. Diogo teve que substituir o titular Luisinho Netto e arrebentou. Teve uma atuação irretocável e acabou sendo contratado pelo Timão. Mas o que parecia ser o maior passo à frente na carreira do jogador, na verdade significou o começo de sua 'ruína'.
- As coisas se sucederam com muita velocidade na minha vida. Cheguei ao Sport para o Pernambucano, comecei a jogar bem e em pouco tempo já estava no Corinthians. A concorrência é muito maior e fica complicado ter uma boa sequência de jogos. Além disso, aparecem aqueles convites para balada, que querendo ou não prejudicam. Quando você perde o foco, acaba perdendo espaço também.
Dono de uma habilidade incontestável, depois de sair do Timão, Diogo ainda passou por Bahia, Ceará, São Caetano e CRB, sem conseguir se firmar em nenhum deles. Hoje, avesso às entrevistas e com um perfil tranquilo, o lateral se diz mais maduro para os novos desafios que virão.
- Confesso que deixei a desejar um pouco, mas não me arrependo de nada que fiz. Agora estou com a cabeça no lugar, com uma família que me ajuda muito e tento deixar essas coisas no passado, me concentrando só no meu desempenho dentro das quatro linhas. Se tivesse a maturidade que tenho hoje, as coisas teriam sido diferentes, porque na época não estava preparado para rejeitar as coisas que apareciam.
No Santa Cruz, contratado no início do ano após um período de testes, o jogador afirma estar reencontrando seu bom futebol.
- Aqui no Santa Cruz, estou me sentindo em casa. Fui bem recebido por todos no início e agora estou tendo a oportunidade de ser titular. Quero ajudar o clube a subir para a Série B e, por isso, me cobro bastante. Encaro essa chance como um recomeço na minha carreira e sei que aquele Diogo, que conseguiu se destacar e conquistar títulos, vai voltar.
O lateral-direto tem, em Zé Teodoro, um exemplo a ser seguido na posição, mas sente que o esquema tático utilizado pelo treinador o obriga um pouco a fugir de suas melhores características.
- Zé Teodoro me trata muito bem e por ter sido um grande lateral me incentiva bastante. Sou um jogador bastante ofensivo e, por ele gostar de trabalhar com uma linha de quatro mais fixa atrás, tenho a obrigação de voltar muito para marcar. Estou tentando escutar os conselhos dele e me adaptar bem a esse tipo de posicionamento.
O treinador coral também tece elogios a Diogo, mas reconhece que o jogador ainda precisa evoluir, principalmente no quesito marcação.
- Existe lateral e existe ala. Para mim, tanto ele como o Renatinho têm uma característica mais de jogar do meio para frente e pecam um pouco fazendo a diagonal de marcação na defesa. O Diogo teve um crescimento muito grande no último jogo (Treze) e vamos ter que utilizá-lo bastante nesta Série C. Para isso, os volantes e zagueiros precisam dar a cobertura necessária para que ele possa subir ao ataque.
Sobre a relação com a torcida do Santa Cruz, Diogo diz absorver bem as críticas e entender a cobrança vinda das arquibancadas.
- O torcedor age com emoção. Compreendo o lado deles e procuro deixar as coisas ruins de lado. Tenho um carinho imenso pelo Santa Cruz e muita gente me apoia aqui. Meu intuito é desenvolver cada vez mais um bom futebol e poder ajudar o clube a se reerguer, voltando ao seu lugar de direito no futebol brasileiro.
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