Dono de passes milimétricos,
Rosembrick deu um verdadeiro show em 2005
Ele
foi responsável por várias das mais belas jogadas do Santa Cruz no ano
vitorioso de 2005. Dono de uma estatura de fazer inveja a qualquer “marombado”,
o mago( sim, é assim que o chamavam nas arquibancadas do Arruda) Rosembrick
foi, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes jogadores do Tricolor em
2005. São 58kg distribuídos em 1,82 de puro futebol. O corpo franzino, quase
esquelético, esconde um domínio de bola que poucos no Brasil têm. Seu nome de
batismo é Rosembrick José Bezerra de
Lira. Natural de São Lourenço da Mata, o “ velho Brick”, como os seus
companheiros de profissão o chamam, sofreu muito na vida para se um jogador de
grande nome no Futebol Pernambucano. Filho de pais humildes, Rosembrick
trabalhou boa parte da vida carregando carne em um açougue. “Não tinha tempo
nem de bater pelada”, relembra o jogador.
Aos
32 anos, Rosembrick atualmente joga no Araripina. Mas, foi no Santa Cruz que
passou a melhor fase da vida. “O ano de 2005 foi maravilhoso pra mim.
Conquistei títulos e fui reconhecido por todos do meio esportivo”, falou o
atleta com brilho nos olhos. Depois de sagrar-se campeão
pelo Paranavaí – PR em 2001, Rosembrick viu sua vida dar uma guinada... para
pior. Sem propostas de outros clubes, voltou para Pernambuco casado e sem
emprego. Sem ser reconhecido no seu Estado, o atleta estava topando tudo que
viesse pela frente. No ano seguinte, foi até a cidade de Limoeiro, a 77
quilômetros de Recife, para defender as cores do Centro Limoeirense. “ Paguei
pra jogar lá. Foi uma época muito difícil”, relembra.
Depois
de fazer uma campanha razoável pelo time limoeirense, Rosembrick não queria
mais de futebol. “Estava disposto a voltar a carregar carne no açougue”,
comentou o atleta que nesta hora difícil, contou com a ajuda de quem nunca lhe
negou a mão: sua esposa. “ Ela foi que me incentivou dizendo que eu tinhas
condições de voltar a jogar e dar a volta por cima. Ela é resposável pelo que
sou hoje”, disse o Mago da Camisa 10.
REVIRAVOLTA
Pelo
fato de ter passado pelo Sport em 1995, voltou a bater na porta do velho clube,
oito anos depois. “Fiz alguns testes e fui aprovado e aproveitado direto para o
elenco profissional. Na época o Técnico era Hélio dos Anjos”, relembra o Mago.
Ainda mesmo na pré-temporada algumas pessoas da comissão técnica não viram
Rosembrick com bons olhos.” Tive um problema com o preparador físico de lá e
decidi sair da equipe”, recorda. Mas já diz o ditado que “Deus escreve certo
pro linhas tortas”. Depois de deixar o Sport, Rosembrick não se fez rogado e
aceitou o convite para jogar na AGA, no começo de 2003. Aí sim, o Mago viu a
luz no fim do túnel e sua vida mudar por completo. Com maestrosas participações
durante as partidas, Rosembrick despertou o interesse do então presidente
tricolor José Neves. Logo após o Pernambucano de 2004, Rosembrick estava de
camisa nova, agora com as três cores do Arruda. “ Foi uma das melhores coisas
que me aconteceu”, disse o ídolo coral. “ Quando cheguei, o técnico era Roberval
Davino. No começo me colocaram para jogar na ponta-esquerda”, recorda. “Depois de
começar a treinar, Roberto, Neto e Andrade falaram com Davino dizendo que eu jogava
era de meia esquerda, que já haviam jogado contra mim e que eu me adaptaria melhor
jogando na mesma posição que jogava na AGA”, falou.
Daí
por diante foi só alegria. Campeão Pernambucano em 2005 com o Santa Cruz e conseguiu o acesso ao Campeonato Brasileiro Série
A. Depois de se destacar no Santa Cruz, o “Mago” foi negociado com o Palmeiras-SP,
chegando a atuar de titular no Clube Paulista. Porém, por ser um jogador polêmico
dentro e fora de campo. No ano seguinte, em
2007, esteve no Sport, mas as seguidas contusões acabaram fazendo com que ele
não tivesse muitas chances no rubro-negro. O
jogador voltou ao Santa Cruz em 2008 para disputar o Pernambucano e Série C do
Brasileiro. Após isso, o “Mago” nunca conseguiu brilhar novamente no cenário
nacional. E passou por vários clubes, sem sucesso. Hoje é jogador do
Araripina-PE
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