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terça-feira, 8 de maio de 2012

Uma final clássica

Santa Cruz e Sport decidem, pela 22ª vez, o título pernambucano em um Clássico das Multidões.Em finais, os rivais já se confrontaram 21 vezes – 12 títulos foram para a Ilha do Retiro e outros 9 foram para o clube tricolor. O Clássico das Multidões nasceu em uma final, em 1916, quando o Sport venceu o Santa Cruz. De lá para cá, em decisões acirradas entre as equipes, no Arruda ou na Ilha, as arquibancadas estiveram repletas de fanáticos torcedores, à espera da taça, após uma vitória em um clássico.
Sport e Santa Cruz proporcionaram momentos históricos em 2006 e 2011, quando os primeiros jogos da luta pelo troféu fizeram a tristeza da maior parte da multidão e a alegria da minoria presente no estádio – a torcida visitante.
2006: 35 vezes Sport
Em 2006, o Santa Cruz caminhava rumo ao bicampeonato. O clube havia sido campeão em 2005 – ano do centenário do Sport – e garantido vaga na Série A do Brasileiro 2006. Já os rubro-negros amargavam a Série B. O Tricolor do Arruda venceu o 1º turno do estadual e já estava com lugar na final. O Leão teria de buscar o 2º turno para impedir o segundo título direto do Santa. O time da Ilha conseguiu a taça e decidiria pela 20ª vez o campeonato com o time coral.

O jogo de abertura da final estava marcado para o dia 5 de abril, no estádio José do Rego Maciel – com uma melhor campanha rubro-negra na competição, o Sport decidiria em casa. Porém, o Santa Cruz era apontado como favorito por manter a base do time campeão do ano anterior. O Sport tinha montado um bom time, com muita vontade de jogar e vencer o 35º título. Com todo esse empenho, o Leão abriu 2 a 0 no placar do Arruda. O tricolor diminuiu, mantendo o equilíbrio do confronto. Mas a confiança estava do lado do Sport, que, no dia 9 de abril, levou esperança para uma Ilha do Retiro lotada e ansiosa para comemorar. Em jogo emocionante, com chances para os dois lados, o Leão segurava o 0 a 0, quando, aos 46 minutos, em uma bola cruzada na área, o Santa Cruz fez 1 a 0. Imensa alegria da torcida visitante, desta vez, os tricolores que se enchiam de confiança e a festa para o campeão seria decidida nos penâltis. Foi a segunda vez em que o título foi disputado nos pênaltis, em 92 edições de Campeonato Pernambucano. O Santa já havia havia trilhado esse caminho em 1983, contra o Náutico. A cidade estava parada, acompanhando a decisão, no estádio, pela TV ou pelo rádio. A torcida tricolor contava os segundos para comemorar, quando o arqueiro rubro-negro se deslocou e defendeu a cobrança, colocando o Sport de volta na disputa. O Leão converteu as duas penalidades seguintes e o Santa marcou com seu goleiro. Era a vez do seu camisa 5, Neto, que marcara o gol nos acréscimos, mantendo a esperança da torcida coral, converter sua cobrança, defendida, mais uma vez, pelo goleiro do Sport. O título agora estava sob a responsabilidade do camisa 5 do Sport, Hamilton (hoje, mais uma vez, camisa 5 do Leão), que converteu a cobrança e fez a Ilha vibrar de felicidade com um trófeu que esteve perto das mãos do rival e, com muita raça, ficou com o Sport – sua 35ª taça de campeão pernambucano.
2011 – 25 vezes Santa Cruz
Em 2011, a situação era oposta: o Sport caminhava ao inédito hexacampeonato e o Santa Cruz continuava na série D, sem conquistar o Pernambucano desde 2005. Ainda assim, o tricolor teve melhor campanha na 1ª fase. Chegada a hora da decisão, o Sport tinha o favoritismo por buscar o 6º título consecutivo, após ter eliminado o Clube Náutico Capibaribe, líder da 1ª fase.
No dia 8 de maio de 2011, na Ilha do Retiro, seria decidido o primeiro ato da final. Em jogo disputadissímo no 1º tempo, o Santa marcou um gol e fez a festa da torcida presente no estádio rival. O tricolor passou a administrar a partida, enquanto o Sport lutava. O time coral mantinha a tranqulidade e, aos 20 minutos do 2º tempo, o time visitante ampliou sua vantagem – que já era grande. Daí em para frente, só comemoração para os corais, que tinham um time renovado, jovem, com vários atletas das categorias de base. Para o segundo jogo, no dia 15 de maio, no Arruda lotado, com 62 mil fiéis, tanto do Santa, ansiosos pelo título, quanto do Sport, que ainda tinham esperança da sequência inédita. A festa foi digna de uma final, de um campeonato disputado. Como em 2006, o time que adquiriu a vantagem manteve a igualdade em 0 no placar, até os descontos da partida. Os adeptos rubro-negros continuavam com a esperança do título, mas a festa era toda tricolor, até mesmo quando, aos 48 minutos, o árbitro assinalou um pênalti, convertido pelo Leão – que venceu a partida, mas perdeu o estadual e o hexa. Já o Santa Cruz sagrou-se 25 vezes campeão, fazendo a imensa torcida gritar “É campeão”, novamente, e cantar que é “tricolor de corpo e alma”. O Santa Cruz saia de uma espera de 6 anos e vencia um Clássico das Multidões na final – desde 1990 a cobra coral não triunfava contra o Sport em decisões.

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