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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Luizinho Vieira, o canhota 10

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A defesa do Flamengo tenta retirar a bola de perto da área. Mas o árbitro Márcio Resende de Freitas aparece no meio do caminho e desvia a trajetória. Rapidamente, o jogador com a camisa 11 corre e, em um lance de craque, apenas dá um leve toque por baixo com a perna esquerda. A bola, lentamente, encobre o goleiro Júlio César. Gol genial. Em meio à chuva, a torcida coral se exalta com a esperança de poder fugir da zona rebaixamento da Primeira Divisão. O responsável pelo lampejo de alegria foi Luizinho Vieira. Um meia habilidoso, que, naquela partida, foi o maior responsável por garantir a vitória de 2 a 1, no Arruda, no ano de 2001. Dono de uma canhota de ouro.

Gol inesquecível

Luís Henrique Vieira, hoje com 40 anos, lembra com clareza do dia mais mágico pelo Santa Cruz. O Tricolor vivia momentos de dificuldade na Primeira Divisão. A briga contra o rebaixamento era constante. Perder para o Flamengo, naquele dia 2 de setembro de 2001, seria mais um sinal de que o time se renderia. O maestro do time, no entanto, estava inspirado.

"Aquele jogo foi muito especial. Não só por se tratar do Flamengo. A gente precisava vencer. Além da dificuldade da partida, choveu muito. O grupo todo se superou”, lembra. “Aquele gol foi especial. Foi plasticamente muito bonito. Vai ficar eternamente na minha memória”, recorda.

Melhor fase
Dono de um extenso currículo como jogador, Luizinho Vieira passou por mais de dez clubes. Em nenhum deles, contudo, esteve na fase técnica em que apresentou no Mais Querido. Não apenas como articulador, mas como artilheiro. Só no Brasileiro, ele balançou as redes 12 vezes pelo Santa Cruz. Teve uma média de 0,44 gols por partida.


Era o auge de um atleta que jogava futebol desde quando começou a dar os primeiros passos na vida e tinha o raciocínio rápido de quem praticou futsal por longos anos. “Individualmente, foi o meu melhor ano”, conta. “Sempre me senti muito bem no Santa Cruz. Adorei a cidade e fui muito bem acolhido pela torcida. Quando o jogador se sente à vontade, as coisas fluem”, acrescenta.


Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Maior decepção

No dia 2 de dezembro de 2001, o Santa Cruz bateu o Guarani por 2 a 1, no estádio Brinco de Ouro, em Campinas. Era a última rodada da Primeira Divisão. O primeiro gol da partida, inclusive, foi assinalado por Luizinho Vieira. A esperança de escapar do rebaixamento, contudo, acabou com outra vitória.  Após bater o Palmeiras, o Flamengo ficou com 29 pontos, dois a mais do que o time coral. Empurrou o Tricolor para a Segunda Divisão e ainda deu o “troco” ao meia, após a atuação de gala no Arruda. “Foi o único rebaixamento da minha vida. Ficou a sensação de que poderia ser feito mais pelo clube”, lamenta.

Volta ao Mais Querido

O ano de 2008 foi o fim da linha para Luizinho Vieira. Após ajudar o Oeste de Itápolis a subir para a primeira divisão do Campeonato Paulista, o meia resolveu aproveitar o bom momento para encerrar a carreira. Desde então, começou a vida de treinador no Sul do país. Atualmente, ele comanda o Internacional de Lajes, de Santa Catarina, e tem um grande desejo. “Ficou a sensação de que poderia ter sido feito mais (pelo Santa Cruz). Hoje sou técnico e, quem sabe, eu posso voltar ao clube para deixá-lo na Primeira Divisão de novo. Gostaria de ajudar de alguma maneira”, diz.


Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Depois de parar, meia virou treinador de futebol e está no Internacional de Lajes




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