A conversa existiu, não teve como negar. Na tarde de ontem, o diretor de futebol do Santa Cruz Constantino Júnior e o atacante Dênis Marques conversaram demoradamente ao telefone. Em pauta, a possibilidade de retorno do jogador ao Tricolor, que depois de muito tempo, volta a ser concreta. Foi o próprio centroavante que confirmou o contato, e o dirigente teve que admitir que a procura realmente existiu.
Dênis Marques deixou o Santa Cruz no fim do ano passado, sem o acesso à Série B. Mas não se pode negar que, dentro de campo, foi a principal peça do time. Terminou a temporada com 27 gols. Foi artilheiro do Pernambucano com 15 gols e da Série C com 11 – ainda marcou um na Copa do Brasil. Tudo isso, porém, teve um preço. O atacante iniciou a temporada com um salário de R$ 15 mil. Veio a valorização e o reajuste foi inevitável. Terminou o ano ganhando algo em torno de R$ 50 mil.
O acerto financeiro é o grande impasse da negociação com Dênis Marques desde o final da temporada passada, quando foi procurado pela diretoria pela primeira vez para falar sobre a renovação contratual. Desde esse momento, o atacante deixou claro que não aceitaria ganhar um valor menor. Foi de encontro à filosofia coral, que tem como objetivo diminuir os custos para 2013. Foi assim que a rodada inicial de conversas terminou.
Os contatos, porém, nunca cessaram de vez. E ontem, mais uma vez, Constantino Júnior procurou Dênis Marques para conversar. Viu, no entanto, que será uma negociação dura. Em entrevista à Rádio Clube AM, o atacante revelou o que havia dito minutos antes ao dirigente. “Estava conversando com ele (Constantino Júnior) há uns 20 minutos, mas por enquanto não tem nada concreto. O Santa Cruz é um clube com o qual me identifiquei bastante, mas ele sabe do meu contrato no ano passado. Para voltar teria que ter, no mínimo, o mesmo valor. Fora isso, fica complicado”, deixou claro.
Constantino Júnior, geralmente escorregadio nas entrevistas sobre negociações, não teve como negar o contato com Dênis Marques. “Nós conversamos, sim. Dênis foi um jogador muito importante no ano passado, além de ser uma pessoa com a qual tenho uma amizade”, contou o dirigente, que também foi direto, assim como o jogador. “Mas entre conversar e fechar existe uma diferença grande. É um jogador que queremos contar. Vamos negociando e tentando evoluir”, disse o dirigente.
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